quinta-feira, 26 de junho de 2025

05 Lab Ling 2025 O comportamento humano. O que é ser humano?

O Comportamento Humano: O Que É Ser Humano?

Ser humano é pertencer a uma espécie única, dotada de consciência, razão e emoção. O Homo sapiens se destaca não apenas por sua capacidade de pensar e criar, mas também por sua complexidade psicológica e social. Nossa espécie é marcada por características como a linguagem simbólica, a cultura, a moralidade e a busca por significado.  

Principais Características da Raça Humana

1. Racionalidade e Consciência – O ser humano tem a capacidade de refletir sobre si mesmo, planejar o futuro e questionar sua existência.  
2. Linguagem e Comunicação – Desenvolvemos sistemas complexos de fala e escrita, permitindo a transmissão de conhecimento através das gerações.  
3. Cultura e Sociedade – Criamos normas, valores, arte e tecnologia, moldando nossa vida em comunidade.  
4. Emoções e Empatia – Sentimos amor, ódio, compaixão e culpa, o que influencia nossas relações sociais.  
5. Adaptabilidade e Criatividade – Somos capazes de inovar e nos adaptar a diferentes ambientes, transformando a natureza em nosso benefício.  

Fatores que Influenciam a Formação e o Comportamento Humano 

1. Biológicos – A genética e a neurofisiologia determinam predisposições comportamentais, como temperamento e instintos.  
2. Ambientais – O meio em que vivemos (família, educação, localidade) molda nossos hábitos e visão de mundo.  
3. Culturais – Valores, crenças e tradições influenciam nossas ações e julgamentos.  
4. Psicológicos – Experiências pessoais, traumas e aprendizados afetam nossa personalidade e escolhas.  
5. Sociais – A pressão do grupo, as leis e as normas sociais regulam nosso comportamento para manter a convivência.  
Em resumo, ser humano é viver em constante interação entre natureza e cultura, entre razão e emoção. Nosso comportamento é uma teia de influências biológicas, psicológicas e sociais, que nos tornam seres únicos, capazes de grandes conquistas e profundas contradições.

Foto do quadro 📷 aulas das turmas 1011 e 1015 27/06/25

Foto do quadro 📷 aula 26/06/25 turmas 1009 e 1010

segunda-feira, 16 de junho de 2025

09 de 2025 Arte Indígena PARTE 02 - Artistas indígenas contemporâneos.

Arte Indígena como Resistência e Reexistência: A Força da Ancestralidade no Presente 

A arte indígena, longe de ser apenas uma manifestação estética, é um ato político de sobrevivência e transformação. Ela se manifesta como arte-resistência — a capacidade de resistir às opressões históricas — e como arte-reexistência — a reinvenção criativa da cultura indígena no mundo contemporâneo. Esses conceitos mostram que a arte não apenas denuncia violências, mas também reconstrói identidades, afirmando o futuro dos povos originários.  

Arte-Resistência: A Luta pela Sobrevivência
 
A arte-resistência é a expressão que confronta a colonização, o apagamento e a violência contra os povos indígenas. Ela aparece em pinturas corporais, grafismos, cerâmicas e performances que carregam memórias de luta. Um exemplo é a arte dos povos Yanomami, que usa padrões visuais para contar histórias de resistência contra o garimpo ilegal e a destruição da Amazônia.  

Arte-Reexistência: A Inovação Ancestral
 
Já a reexistência vai além da resistência: é a arte que mistura tradição e contemporaneidade, criando novas linguagens. Artistas indígenas jovens estão usando vídeo-arte, street art, música eletrônica e NFTs para dialogar com o mundo sem perder suas raízes. Essa abordagem mostra que a cultura indígena não está presa no passado — ela se renova e se expande.  

Artistas Indígenas Contemporâneos em Destaque
 
1. Denilson Baniwa (povo Baniwa) – Artista visual e ativista, Denilson usa pinturas, ilustrações digitais e instalações para criticar o racismo e a destruição ambiental. Sua obra já foi exposta na Bienal de São Paulo e em museus internacionais. 

 
2. Jaider Esbell (povo Makuxi, in memoriam) – Pioneiro na arte indígena contemporânea, Jaider misturava mitologia e crítica social em suas pinturas e performances. Fundou a **Rádio Yandê**, primeira web rádio indígena do Brasil.  


3. Cristine Takuá (povo Tupinambá) – Educadora e artista, Cristine trabalha com cerâmica, audiovisual e arte-educação, fortalecendo a identidade indígena entre jovens.

  
4. Wariu’ Ỹ (povo Guarani) – Coletivo de artistas que une música rap, grafite e poesia para falar sobre território e direitos indígenas nas periferias urbanas.  


5. Sallisa Rosa (povo Tapajó) – Fotógrafa e artista visual, Sallisa cria imagens que questionam estereótipos e celebram a beleza indígena na moda e na cultura digital.  


Conclusão: A Arte como Futuro

A arte indígena contemporânea prova que a luta por direitos humanos passa pela criatividade. Esses artistas não só denunciam injustiças, mas também constroem novos imaginários, onde a ancestralidade e a inovação andam juntas. Em um país que ainda marginaliza seus povos originários, a arte-resistência e a arte-reexistência são armas poderosas — não apenas para sobreviver, mas para reescrever o futuro.  

(Texto inspirado em pensadores como Ailton Krenak e Jaider Esbell, que defendem a arte como ato de cura e transformação.)

sexta-feira, 13 de junho de 2025

As Vantagens de Ser Invisível FILME

AS VANTAGENS DE SER INVISÍVEL: UMA JORNADA SOBRE O AUTOCONHECIMENTO, CRESCIMENTO E ACEITAÇÃO.

Clique no link abaixo para ver o filme
https://drive.google.com/file/d/1lHA8BFyG2se_T0vtquGSuMgjiCjV6_dX/view?usp=drivesdk

Sinopse do Filme
 
As Vantagens de Ser Invisível (2012), dirigido por Stephen Chbosky e baseado em seu próprio romance, conta a história de Charlie, um adolescente introspectivo e sensível que enfrenta o primeiro ano do ensino médio enquanto lida com traumas do passado. Após o suicídio de seu melhor amigo, Charlie se sente isolado até conhecer Sam e Patrick, dois irmãos adotivos que o acolhem em seu grupo de amigos. Ao longo do filme, Charlie experimenta o amor, a amizade, a dor e a descoberta de si mesmo, enquanto confronta memórias reprimidas de um trauma infantil.  

Principais Personagens e Suas Características

- Charlie (Logan Lerman) – Um jovem tímido e inteligente, que sofre de ansiedade e depressão. Sua narrativa introspectiva guia o filme, revelando sua jornada de autoconhecimento. 

- Sam (Emma Watson) – Uma garota carismática e livre-spirited, que se torna o interesse amoroso de Charlie. Ela luta com suas próprias inseguranças e busca recomeçar após um passado conturbado.  

- Patrick (Ezra Miller) – O meio-irmão de Sam, Patrick é extrovertido, engraçado e gay. Ele enfrenta preconceito e um relacionamento secreto com um colega de escola, mostrando as dificuldades de viver sua verdade em um ambiente hostil.  

- Bill (Paul Rudd) – Um professor de literatura que reconhece o potencial de Charlie e o incentiva a escrever, tornando-se uma figura paternal importante.  

Link para ver o filme, clique nele

Significados Abordados no Filme
 
O filme explora temas profundos como:  

- Saúde Mental – A depressão, ansiedade e PTSD de Charlie são retratados com sensibilidade, mostrando a importância de buscar ajuda.
  
- Amizade e Pertencimento – O grupo de amigos de Charlie representa um porto seguro, destacando como conexões genuínas podem salvar vidas. 
 
- Trauma e Cura – O passado de Charlie é revelado aos poucos, enfatizando a necessidade de enfrentar dores reprimidas para seguir em frente.  

- Identidade e Aceitação – Patrick e Sam representam a luta para se aceitar em um mundo que muitas vezes rejeita diferenças.  

O Filme e a sua relevância para adolescentes
  
O filme é um retrato autêntico das turbulências da adolescência, abordando questões como solidão, bullying, primeiros amores e pressão social. Sua mensagem principal—sobre a importância de se permitir sentir, errar e crescer—ressoa profundamente com jovens que enfrentam desafios similares. A representação honesta de problemas psicológicos e a valorização da amizade fazem dele um filme essencial para quem busca compreender a complexidade de "ser invisível" em um mundo que muitas vezes não enxerga sua dor.  

As Vantagens de Ser Invisível é mais que um coming-of-age: é um lembrete de que, mesmo nos momentos mais sombrios, há luz—e pessoas—que podem nos ajudar a encontrá-la.

As Vantagens de Ser Invisível mostra que crescer envolve acolher as próprias emoções, aprender com os erros e buscar conexões verdadeiras. Para um adolescente colocar isso em prática, aqui vão algumas dicas e sugestões inspiradas no filme:  

1. Permita-se sentir (sem julgamento)
  
- Não ignore suas emoções: Se estiver triste, ansioso ou confuso, não finja que está tudo bem. Como Charlie, escrever em um diário pode ajudar a processar sentimentos.  

- Fale com alguém de confiança: Assim como Sam e Patrick foram apoios para Charlie, busque amigos, familiares ou um psicólogo para dividir o que sente.  

- Use a arte como escape: Música, livros, filmes ou escrever (como Charlie fazia) podem ser formas saudáveis de expressão.  

2. Aceite que errar faz parte  
- Não se cobre perfeição: Todo mundo comete falhas—até Sam e Patrick têm seus momentos de fraqueza. O importante é aprender com eles.
  
- Não tenha medo de recomeçar: Se uma amizade ou relacionamento não deu certo, não significa que você falhou. Novas oportunidades virão. 
 
- Peça ajuda quando precisar: Assim como o professor Bill orientava Charlie, não hesite em buscar conselhos com mentores (professores, pais, terapeutas).  

3. Cultive amizades verdadeiras 

- Busque pessoas que te aceitem: O grupo de Charlie o via como ele era. Cerque-se de quem te respeita, não de quem te faz sentir inadequado. 
 
- Esteja presente para os outros: Assim como Patrick precisou de apoio, seus amigos também podem estar passando por lutas silenciosas. Ouça sem julgamento.  

- Participe de grupos com interesses parecidos: Clube de livros, esportes ou arte podem ajudar a encontrar sua "tribo", como a turma de Charlie.  

4. Enfrente seus fantasmas (aos poucos)

- Identifique o que te machuca: Charlie só começou a melhorar quando enfrentou suas memórias traumáticas. Reconhecer suas dores é o primeiro passo. 
 
- Não carregue tudo sozinho: Trauma e solidão podem parecer um fardo impossível, mas compartilhá-los (como Charlie fez com Sam) alivia o peso.  

- Pratique autocompaixão: Você merece paciência e cuidado, assim como os personagens do filme aprenderam a se dar.  

5. Descubra sua voz
 
- Experimente coisas novas: Charlie saiu da zona de conforto ao ir a festas, ler livros diferentes e se abrir para o amor. 
 
- Defina seus limites: Aprenda a dizer "não" quando algo não te faz bem (como Sam fez ao priorizar seu crescimento). 
 
- Acredite que você importa: Mesmo nos dias em que se sentir "invisível", lembre-se de que sua existência faz diferença.  

Relembre a lição do filme:

> "Nós aceitamos o amor que achamos que merecemos." (Stephen Chbosky)  
Você merece amor, respeito e espaço para crescer—exatamente como é.  

Pequenas ações diárias (como escrever um pensamento, ligar para um amigo ou tentar algo novo) já são passos importantes. Assim como Charlie, você não está sozinho nessa jornada. 💙

Foto do quadro da aula 📷 - Lab. Ciências Humanas e Sociais 2001 e 2002.

Link do filme

Atividade pontuada (+2,0 pontos)

Avaliação: Adolescência, Emoções e Crescimento – "As Vantagens de Ser Invisível". Tema Central: A importância de se permitir sentir, errar e crescer, acolhendo as próprias emoções, aprendendo com os erros e buscando conexões verdadeiras.  

Questões Discursivas  

1. Explique, com base no filme, por que Charlie se sentia "invisível" no início da história. Como ele supera esse sentimento?  
 

2. O filme mostra que Sam e Patrick têm seus próprios problemas, mas ainda assim apoiam Charlie. Por que é importante ter amigos que nos entendem durante a adolescência?  
   

3. Uma das frases marcantes do filme é: "Nós aceitamos o amor que achamos que merecemos." O que essa frase significa no contexto da história e como ela se relaciona com a autoestima na adolescência? 
 

4. Charlie enfrenta traumas do passado que afetam sua saúde mental. Qual a importância de enfrentar essas memórias dolorosas em vez de ignorá-las? 
  

5. O professor Bill incentiva Charlie a escrever. Como a expressão criativa (arte, música, escrita) pode ajudar um adolescente a lidar com suas emoções?

Questões de Múltipla Escolha 

6. Qual dos seguintes temas NÃO é abordado de forma central no filme?  
   a) Saúde mental e depressão  
   b) Bullying e exclusão social  
   c) Competitividade acadêmica  
   d) Amizade e pertencimento  
   e) Trauma e superação   

7. Por que Charlie começa a escrever cartas anônimas no filme? 
   a) Para se vingar de quem o maltratou  
   b) Como uma forma de expressar o que não consegue falar  
   c) Para impressionar seu professor  
   d) Porque era uma tarefa da escola  
   e) Para ganhar um concurso literário   

8. Qual personagem representa a luta pela aceitação da própria sexualidade no filme? 
   a) Sam  
   b) Patrick  
   c) Bill  
   d) Mary Elizabeth  
   e) Brad   

9. O que a relação de Charlie com Sam demonstra sobre o amor na adolescência?  
   a) Que sempre deve ser perfeito e sem conflitos  
   b) Que pode ser confuso, mas também uma fonte de crescimento  
   c) Que é melhor evitar para não sofrer  
   d) Que só traz decepções  
   e) Que deve ser escondido dos amigos    

10. Qual é a principal lição que o filme transmite sobre os erros?
    a) Eles devem ser evitados a todo custo  
    b) São fracassos que definem quem somos  
    c) Fazem parte do processo de amadurecimento  
    d) Só trazem consequências negativas  
    e) Devem ser esquecidos rapidamente 

Redação 

11 - Faça um texto, argumentativo dissertativos, com no mínimo 15 linhas sobre:

A importância do conhecimento, os desafios da adolescência, a necessidade do autoconhecimento e das relações verdadeiras em nossa formação e na qualidade de vida. 

   
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**Objetivo da Avaliação:** Refletir sobre os desafios da adolescência, a importância do autoconhecimento e das relações verdadeiras, usando o filme como base para discussões profundas sobre saúde mental e crescimento pessoal.

Se você gostou de "As Vantagens de Ser Invisível" e busca filmes com temas similares—como saúde mental, crescimento pessoal, amizade, solidão e autoconhecimento na adolescência —aqui está uma lista de sugestões que abordam essas questões de forma sensível e profunda:  

01 - The Perks of Being a Wallflower (2012) – (O próprio livro/filme original) 
(Se você leu ou assistiu apenas o filme, vale a experiência do livro, e vice-versa!)

02 - It’s Kind of a Funny Story (2010) 
- Sinopse: Um adolescente entra voluntariamente em uma clínica psiquiátrica após pensamentos suicidas e lá faz amizades inesperadas. 

- Temas: Depressão, esperança, autodescoberta e a importância de pedir ajuda.  

03. The Edge of Seventeen (2016)  
- Sinopse: Nadine, uma adolescente deslocada, lida com a morte do pai, a rejeição social e conflitos familiares. 
 
- Temas: Isolamento, luto, autoaceitação e a complexidade das relações familiares.  

04. Eighth Grade (2018)  
- Sinopse: Kayla, uma garota tímida no último ano do ensino fundamental, enfrenta ansiedade social e a pressão de se encaixar.
  
- Temas: Ansiedade, redes sociais, inseguranças da adolescência e autoconfiança.  

05. Me and Earl and the Dying Girl(2015)  
- Sinopse: Um adolescente cinéfilo faz amizade com uma colega com leucemia, levando a reflexões sobre morte, amizade e arte.
  
- Temas: Perda, amadurecimento, criatividade como escape emocional.  

06. Lady Bird (2017)   
- Sinopse: Christine "Lady Bird" McPherson navega entre conflitos com a mãe, amores desastrados e o desejo de sair de sua cidade. 
 
- Temas: Identidade, relações familiares tensas, primeiras decepções amorosas.  

07. The Spectacular Now (2013) 
- Sinopse: Sutter, um popular que vive no "agora", questiona seu futuro após conhecer Aimee, uma garota introvertida. 
 
- Temas: Negação, alcoolismo, responsabilidade afetiva e crescimento.  

08. Silver Linings Playbook (2012)
- Sinopse: Um homem com transtorno bipolar e uma viúva com depressão formam uma conexão inesperada.
  
- Temas: Saúde mental, recuperação, aceitação das imperfeições.  

09 - All the Bright Places (2020)  
- Sinopse: Dois adolescentes com traumas emocionais se conectam em um projeto escolar, enfrentando juntos suas dores. 
 
- Temas: Suicídio, luto, amor como cura (e também como dor).  

10. The Fault in Our Stars (2014) 
- Sinopse: Hazel e Gus, dois adolescentes com câncer, vivem um romance intenso enquanto refletem sobre vida e morte.  
- Temas: Existência, dor crônica, aproveitar o momento presente.  

Por que esses filmes combinam?
  
Todos exploram:  
- A dor e a beleza de crescer;  
- A importância de conexões reais;  
- O direito de sentir e errar;  
- A arte (música, cinema, escrita) como refúgio emocional.  

Dica extra: Se você curte livros, obras como "13 Reasons Why" (Jay Asher) e "Turtles All the Way Down" (John Green) também tratam de temas parecidos.  

quinta-feira, 12 de junho de 2025

04 Lab Ling Exercícios de Revisão / Pesquisa Orientada para alunos novos ou sem presença.

Atividade com finalidade de revisar o conteúdo (alunos que frequentaram as três primeiras aulas) ou com o objetivo de orientar pesquisa visando recuperação de conteúdo perdido (alunos ausentes e novos).

Foto do quadro 📷 

segunda-feira, 9 de junho de 2025

08 de 2025 - Arte Indígena

Arte Indígena no Brasil: Dos Povos Originários à Contemporaneidade 


O Conceito de Arte e os Povos Originários

A arte, em sua essência, é uma forma de expressão humana que transcende a simples estética (beleza), carregando significados culturais, espirituais e sociais. Para os povos originários — termo que designa as comunidades indígenas que habitavam o Brasil antes da colonização europeia e seus descendentes —, a arte não é apenas um objeto de contemplação, mas um elemento vivo, integrado ao cotidiano, aos rituais e à cosmovisão desses povos.  

Os indígenas brasileiros possuem uma relação profunda com a natureza, e sua arte reflete essa conexão, utilizando materiais como argila, fibras vegetais, penas, sementes e pigmentos naturais para criar objetos que carregam histórias, saberes ancestrais e identidade coletiva.  

O Que é Arte Indígena?
 
A arte para os povos indígenas brasileiros, ao contrário da visão ocidental, não é um campo separado da vida cotidiana ou com um propósito puramente estético. Ela está profundamente integrada à sua cosmovisão (visãode mundo), rituais, organização social e relação com a natureza.

Para os povos indígenas, a arte é uma forma de expressar, comunicar e preservar sua cultura, conhecimentos e espiritualidade.

A Arte Indígena pode ser definida como a produção material e simbólica dos povos originários, englobando cerâmica, cestaria, pintura corporal, adornos, esculturas, música, dança e narrativas orais. Diferente da arte ocidental, que muitas vezes se volta para o individualismo e o mercado, a arte indígena é comunitária, funcional e ritualística. Cada peça possui um propósito: seja para uso cotidiano, como vasilhas e redes, ou para cerimônias sagradas, como máscaras e cocares.  

Exemplos de Arte Indígena
 
1. Cerâmica Marajoara e Tapajônica – Produzidas por povos da Amazônia, essas peças apresentam grafismos intricados e formas zoomorfas, revelando técnicas milenares de modelagem e queima.  

A cerâmica Marajoara e Tapajônica representa duas das mais sofisticadas tradições artísticas dos povos indígenas pré-coloniais no Brasil, revelando técnicas avançadas, simbolismo cultural e uma profunda conexão com o ambiente amazônico.  

Mais do que objetos, essas cerâmicas são documentos históricos que desafiam a narrativa colonial, provando a riqueza das civilizações amazônicas antes de 1500. Sua preservação é um ato de justiça aos povos originários.

2. Cestaria e Trançados – Feitos com fibras de buriti, tucum e outras palmeiras, os cestos e balaios são exemplos de funcionalidade e beleza, presentes em diversas etnias, como os Guarani e os Yanomami.  

3. Pintura Corporal – Utilizando jenipapo e urucum, os povos Kayapó, Karajá e outros criam padrões que indicam identidade, status social e proteção espiritual. 

Em síntese, a pintura corporal para os povos originários é muito mais do que um adorno. É um código cultural vivo, uma forma de comunicação ancestral que expressa a riqueza de suas cosmovisões, sua relação com a natureza, sua identidade coletiva e individual, e a vitalidade de suas tradições.

4. Arte Plumária – Cocares e mantos de penas, como os dos Tupinambá, eram (e ainda são) símbolos de poder e conexão com o divino.  

A Importância da Arte Indígena
  
Para os povos originários, a arte é memória viva, um modo de resistência cultural frente a séculos de colonização e apagamento. Ela preserva técnicas ancestrais, linguagens simbólicas e narrativas que fortalecem a identidade coletiva.  

Para o povo brasileiro, a arte indígena é um patrimônio cultural, lembrando que a história do Brasil não começa em 1500, mas muito antes, com civilizações complexas e ricas em saberes. Reconhecer essa produção é um passo essencial para a descolonização do pensamento artístico nacional.  

Arte Indígena e Identidade
 
A arte é um ato de existência para os indígenas. Em um país que historicamente tentou assimilá-los ou invisibilizá-los, produzir arte é afirmar: "Nós resistimos". Cada padrão geométrico, cada canto ritualístico, cada peça cerâmica carrega uma história de luta e continuidade.  

Arte Indígena como Patrimônio e Memória
 
Muitas peças indígenas estão em museus, mas é crucial lembrar que elas não são apenas "relíquias do passado". A arte indígena segue viva, reinventando-se sem perder suas raízes. A **memória indígena** não está congelada no tempo; ela se renova a cada geração, mantendo vivos os ensinamentos dos ancestrais.  

Arte como resistência 

Suas manifestações artísticas são funcionais, simbólicas e utilitárias, com significados ligados a mitos, ancestrais e à natureza. A produção é frequentemente coletiva, valorizando a tradição em vez do "artista individual".
A pintura corporal exemplifica essa integração. Mais que adorno, é uma linguagem visual de grande importância:

 * Identidade: Diferencia etnias e indica status social, afirmando a ancestralidade e o pertencimento.

 * Rituais: Marca ritos de passagem e celebrações, conectando com o mundo espiritual.

 * Simbolismo: Cada traço e cor tem um significado profundo, ligado a mitos, animais e elementos da natureza, funcionando como uma forma de comunicação e proteção.

 * Materiais: Usa pigmentos naturais como urucum (vermelho) para vitalidade e alegria, jenipapo (preto/azul-escuro) para proteção e maturidade, e tabatinga (branco) para pureza.
A arte indígena é uma poderosa forma de resistência cultural por:

 * Preservar a identidade e a memória ancestral, contrariando séculos de tentativa de apagamento.

Afirmar a existência e garantir a visibilidade desses povos, quebrando estereótipos.

 * Fortalecer a autonomia econômica e a autodeterminação das comunidades através da geração de renda e da valorização do território.

 * Servir como denúncia e mobilização política, abordando questões urgentes como demarcação de terras e direitos.

 * Revitalizar e ressignificar a cultura, adaptando-se e inovando sem perder a essência tradicional.

Em suma, a arte indígena é uma manifestação vital de resistência, identidade e resiliência, conectando passado, presente e futuro dos povos originários.

Arte Indígena Hoje:

Descolonialidade, Resistência e Reexistência
  
Atualmente, artistas indígenas estão ganhando visibilidade em galerias, bienais e redes sociais, mostrando que sua arte não é folclore, mas arte contemporânea. Nomes como:  

- Jaider Esbell (Makuxi) – Pintor e escritor que mesclava tradição e crítica social.  

- Daiara Tukano – Artista visual e ativista que trabalha com pintura digital e ancestralidade. 
 
- Denilson Baniwa – Artista multimídia que discute colonialismo e futurismo indígena.  

Esses criadores praticam a descolonialidade, questionando narrativas hegemônicas e reafirmando o lugar dos indígenas no presente e no futuro. Suas obras são resistência (contra o apagamento) e reexistência (criar novos caminhos a partir da tradição).  

Conclusão
  
A Arte Indígena no Brasil é uma manifestação de vida, um diálogo entre passado e presente. Nas salas de aula, é fundamental abordá-la não como "artesanato exótico", mas como arte viva, portadora de conhecimentos e lutas. Ao valorizá-la, reconhecemos a diversidade cultural brasileira e honramos os povos que, há milênios, moldam a verdadeira identidade deste território.  

"Enquanto existir arte, existirá resistência. Enquanto existir memória, existirá futuro."

Foto 📷 do quadro da aula 2001 integral e 2004

Exercício sobre Arte Indígena no Brasil 

Questões Discursivas

0. Informe exemplos de arte indígena:

1. Explique o conceito de arte para os povos indígenas brasileiros e como ele se diferencia da visão ocidental de arte.

2. Descreva a importância da pintura corporal para os povos originários, citando exemplos de materiais utilizados e seus significados. 

3. Analise como a arte indígena pode ser considerada uma forma de resistência cultural.

4. Diferencie os conceitos de "resistência" e "reexistência" no contexto da arte indígena contemporânea.

5. Comente sobre a cerâmica Marajoara e Tapajônica, destacando suas características e importância histórica.

6. Explique por que a arte indígena é considerada um patrimônio cultural brasileiro e como ela contribui para a identidade nacional.

7. Reflita sobre o papel de artistas indígenas contemporâneos, como Jaider Esbell e Daiara Tukano, na descolonização da arte no Brasil.  

Questões de Múltipla Escolha (Marque a alternativa correta) 

8. O que são os povos originários?

   a) Grupos que migraram para o Brasil após 1500.  
   b) Comunidades indígenas que já habitavam o território brasileiro antes da colonização.  
   c) Populações europeias que se estabeleceram no Brasil.  
   d) Descendentes de africanos trazidos para o Brasil.  
   e) Grupos sem ligação com culturas ancestrais.  

9. Qual desses materiais NÃO é tradicionalmente utilizado na arte indígena brasileira?
 
   a) Argila  
   b) Fibras vegetais  
   c) Plástico industrial  
   d) Penas de aves  
   e) Pigmentos naturais (urucum e jenipapo)  

10. A pintura corporal indígena tem como principal função:
  
   a) Decorar o corpo sem significado cultural.  
   b) Indicar identidade, status social e proteção espiritual.  
   c) Servir apenas para rituais de guerra.  
   d) Imitar padrões ocidentais de arte.  
   e) Ser uma forma de arte individualista.  

11. A arte plumária (cocares e mantos de penas) é associada a:

   a) Exclusivamente a rituais funerários.  
   b) Símbolos de poder e conexão com o divino.  
   c) Uma invenção recente para o turismo.  
   d) Peças sem valor simbólico.  
   e) Apenas adereços para danças folclóricas.  

12. Qual desses artistas indígenas contemporâneos trabalha com pintura digital e ancestralidade?

   a) Tarsila do Amaral  
   b) Daiara Tukano  
   c) Candido Portinari  
   d) Romero Britto  
   e) Vik Muniz  

13. A cerâmica Marajoara é conhecida por:
  
   a) Ser uma técnica trazida pelos europeus.  
   b) Apresentar grafismos intricados e formas zoomorfas.  
   c) Não possuir nenhum valor artístico.  
   d) Ser produzida apenas no século XX.  
   e) Ter influência exclusivamente africana.  

14. O que significa "descolonialidade" no contexto da arte indígena?
 
   a) Copiar estilos artísticos europeus.  
   b) Questionar narrativas hegemônicas e valorizar saberes ancestrais.  
   c) Eliminar completamente a cultura tradicional.  
   d) Tornar a arte indígena comercialmente viável.  
   e) Ignorar a história dos povos originários.  

15 . A arte indígena nos dias de hoje pode ser considerada:
  
   a) Apenas uma relíquia do passado.  
   b) Uma forma de resistência e reexistência.  
   c) Sem conexão com a cultura contemporânea.  
   d) Limitada ao artesanato folclórico.  
   e) Uma expressão artística em extinção.  

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Esse exercício permite avaliar tanto o conhecimento factual quanto a capacidade crítica dos alunos sobre o tema.

quinta-feira, 5 de junho de 2025

03 Lab Ling - Filme é um tipo de linguagem?

Aula 03 de Laboratório de Linguagem.

Um filme é um tipo de linguagem?

Foto do quadro 📷 última aula.

Sim, o cinema (ou a linguagem cinematográfica) é considerado um tipo de linguagem, pois utiliza códigos e convenções específicos para transmitir significados, emoções e narrativas.

O que é uma linguagem cinematográfica?

A linguagem cinematográfica é o conjunto de elementos e técnicas que os cineastas utilizam para criar e transmitir mensagens através de imagens em movimento. Ela abrange diversos aspectos, como planos, ângulos, movimentos de câmera, montagem, edição de som e efeitos especiais. 

Por que o cinema é uma linguagem? 

1. Códigos e convenções – Assim como a linguagem verbal tem gramática e sintaxe, o cinema possui elementos como:  
   - Enquadramento (planos, ângulos, composição)  
   - Montagem (ritmo, continuidade, cortes)  
   - Movimentos de câmera (travellings, zoom, steadycam)  
   - Som (diálogos, música, efeitos sonoros)  
   - Iluminação e cor (tons quentes/frios, contrastes)  

2. Narrativa e significados – O cinema conta histórias e expressa ideias de forma simbólica, assim como a literatura ou a pintura.  

3. Comunicação não verbal – Muitas informações são transmitidas por meio de expressões faciais, gestos, cenários e símbolos visuais.  

Diferença entre linguagem verbal e cinematográfica

- A linguagem verbal (escrita ou falada) usa palavras e estruturas gramaticais.  
- A linguagem cinematográfica é audiovisual, combinando imagem, som e tempo para criar sentido.  

Teorias que apoiam essa ideia 

- Christian Metz (semiólogo do cinema) analisou o cinema como um sistema de signos.  
- Eisenstein (cineasta russo) via a montagem como uma forma de "linguagem de imagens".  

Portanto, o cinema não é apenas entretenimento, mas uma forma de expressão artística e comunicativa, com suas próprias regras e possibilidades criativas. 🎥

Foto do quadro 📷 da aula 03 das turmas 1011 e 1015 em 06/06/25

Foto quadro 1009 05 de junho de 2025

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